sábado, 20 de agosto de 2011

Técnicas do Karatê

Técnicas Básicas

Técnicas Avançadas

Técnicas Avançadas


Terminações:
Ken (Tsuki) : Golpe de mão fechada (Soco)
Empi: Técnicas de cotovelo
Shuto: Técnica de mão aberta
Nukite: Técnica com ponta de dedos
Keri: Técnicas de perna (Chute)
Uke: Técnicas de defesa

Histórico

Breve Histórico Do Karatê, o Estilo e o Grupo


Diagrama de linhagem Estilo Shorin ryu

Diagrama de linhagem Estilo Shorin ryu

Diagrama de linhagem Estilo Shorin ryu


Takahara
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     Sakugawa
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    Matsumura
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   Itossu
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  Chibana
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   Shinzato


Peichin Takahara (1683 - 1760)
 Takahara viveu a maior parte da vida na cidade de Shuri, capital do Reino de Ryukyu, e foi o maior Mestre de Te (mão) à sua época. O Te era uma arte marcial nativa de Okinawa e cujo nome significava simplesmente "mão", por ser uma forma de luta praticada sem armas.
O desenvolvimento do Te surge de forma secreta entre os camponeses de Ryukyu, que eram proibidos de portar armas a fim de se evitar revoltas. Dessa forma, o Te era ensinado secretamente.
Apesar de geograficamente pequena, a ilha de Okinawa era muito segmentada em termos culturais, de forma que três micro-cosmos culturais acabaram por se desenvolver em torno das três cidades mais importantes: Shuri (a capital), Naha (a cidade de comércio mais dinâmico) e Tomari (o principal porto). Em cada uma dessas cidades e seus respectivos arredores, desenvolveu-se um tipo particular do Te; sendo o que importa ao verbete em questão aquele desenvolvido em Shuri: o Shuri-te.
Por volta de 1750, um monge budista chinês do Monastério Shaolin chamado Kusanku foi enviado a Oquinaua como uma espécie de embaixador. Àquela época, Ryukyu era um reino independente, mas cultural e comercialmente dependente da China Imperial.
Como a maioria dos monges Shaolin, Kusanku era praticante de Kung fu (na época chamado Chuan fa). Como Shuri era a capital, foi para lá que ele foi enviado e lá, entrou em contato com Takahara, já com uma idade bastante avançada. Ambos trocaram conhecimentos sobre artes marciais, mas não desenvolveram nenhuma relação Professor-Aluno.

Kanga Sakukawa (1733 - 1815)
Quando Kusanku chegou a Okinawa, Sakukawa contava cerca de 18 anos e era o mais prodigioso aluno de Takahara. O velho Mestre percebeu que a chegada do estrangeiro seria uma boa oportunidade para obter um aperfeiçoamento de sua arte marcial, mas como já estava com quase 70 anos, não se sentia apto a aprender novas técnicas. Enviou, então, seu pupilo para ser treinado pelo monge chinês.
Sakukawa, já à época um grande praticante de Te, se tornou, então, discípulo de Kusanku. Quando Kusanku faleceu, em 1762, Sakukawa já dominava amplamente tanto o Te de Okinawa, quanto o Kung Fu da China. Passou, então a ser o Grão-Mestre do Te de Shuri, assumindo o lugar de Takahara, falecido dois anos antes.
Em homenagem a Kusanku e também como forma de compilar seus ensinamentos de forma a passá-los para seus alunos, Sakukawa criou os dois katas que levam o nome do monge Shaolin: Kusanku Sho (Kusanku menor) e Kusanku Dai (Kusanku maior).
Por volta de 1812, contra a sua vontade, o idoso Sakukawa viu-se obrigado a honrar uma promessa que havia feito a um nobre de Ryukyu e, assim, aceitou o fiho daquele homem - um adolescente conhecido como encrenqueiro -, como discípulo. O jovem se chamava Sokon Matsumura.
Sokon Matsumura (c. 1800 - c.1890)
Mesmo já não sendo uma criança, Matsumura se destacou rapidamente nos estudos com o Mestre Sakukawa e, quando ele faleceu, em 1815, já estava apto a dar prosseguimento a seus ensinamentos.
O treinamento de Matsumura naquela arte que vinha se configurando a partir da mistura do Kung Fu com o Te não só lançou as bases do Karate Shorin-Ryu (mão vazia), mas também fez com que a prática de artes marciais, até então restrita ao campesinato, atingisse a nobreza, da qual o próprio Matsumura fazia parte.
De fato, Matsumura utilizou seus novos conhecimentos para galgar postos na administração do reino e logo se tornou o General Supremo das Forças Armadas de Ryukyu. Diz-se que nunca perdeu uma luta, desde o início de seu treinamento até sua velhice, sendo seu embate mais famoso (e o único que não venceu, mas empatou) contra um marinheiro náufrago oriundo provavelmente da China, cujo nome era Annan.
Annan fora o único sobrevivente do navio em que estava, na costa de Okinawa, e conseguiu chegar à ilha nadando. Como não sabia falar o idioma local e como era exímio lutador, estava se aproveitando de sua habilidade para roubar comida e outras coisas das vilas próximas a Shuri. Matsumura foi, então, chamado para lidar com o problema, mas o estrangeiro se mostrou um oponente muito superior a todos os outros que já havia enfrentado ou que ainda viria a enfrentar. Num determinado momento da luta, ambos se viram impossibilitados de vencer e resolveram parar o embate, chegando a um acordo. Matsumura deixou que Annan partisse sem ter que responder pelos crimes que havia cometido e, em troca, Annan ensinou-lhe algumas de suas técnicas, que Matsumura viria a compilar num Kata chamado Chinto (Marinheiro do Leste).
Além de seus feitos militares quase-heróicos, Matsumura também deu uma grande contribuição pessoal ao nascente Karate, tendo criado diversos Katas: Naihanchi (depois dividido em três partes), Passai (depois dividido em duas versões), Gojushiho, Chinto e Hakutsuru (este não praticado pela Shorin-ryu).
O tempo de vida, bem como muitos dos feitos deste homem, considerado por muitos como o verdadeiro fundador do Karate Shorin-Ryu, não é precisamente conhecido, mas seu aluno mais brilhante e sucessor também no posto de General Supremo de Ryukyu, foi Anko Itosu, outro membro da nobreza do reino.

Anko Itosu (1831 - 1915)
Aluno de Matsumura, Itosu  esteve presente em momentos decisivos da História de Ryukyu e do Japão. Era ele o General Supremo do Reino quando de sua anexação ao Japão, em 1879.No século XVII, a situação de Ryukyu e seu intenso comércio com a China funcionavam como uma forma de burlar o sistema e introduzir produtos estrangeiros (principalmente chineses) no Japão. Contudo, com a Restauração Meiji, tal mecanismo já não se fazia necessário e como a China, envolvida em milhares de problemas devidos à ocupação estrangeira de seu território e às Guerras do Ópio, se encontrava impossibilitada de oferecer resistência ao expansionismo nipônico, o Japão consolidou seu domínio sobre Ryukyu.
Percebendo que era impossível resistir a um adversário tão superior, Ryukyu se rendeu sem luta e sua nobreza passou a colaborar com os japoneses a fim de manter o status de que dispunha. O próprio Rei Sho Tai, último monarca de Ryukyu, foi morar em Edo (Tóquio), onde recebeu o título de Kazozu (equivalente a Marquês). Com esse intuito colaboracionista, Itosu trabalhou incansavelmente para fazer o Karate ser introduzido no Japão. Acreditava que, caso fosse bem sucedido, poderia vir a gozar de uma posição influente junto às Forças Armadas do Imperador Meiji. Contudo, devido à grande influência chinesa sobre o Karate da época (até mesmo muitos dos golpes possuíam nomes em chinês), a arte marcial não encontrou receptividade num Império sinófobo como o japonês. Itosu fracassou.
A despeito de seu fracasso em tornar o Karatê uma arte marcial japonesa, Itosu deu grandes contribuições pessoais a ele. Uma das mudanças introduzidas pelo Mestre no Karatê foi o treinamento com Makiwara, espécie de boneco de madeira rígida, para calejar as mãos e os pés, a fim de potencializar os golpes. Outra grande inovação de Itosu foi ter tornado o Karate mais acessível às crianças através da invenção dos primeiros Kihons e da divisão do imenso Kata Naihanchi, criado por seu Mestre, em três Katas menores: Naihanchi Shodan, Nahanchi Nidan e Nahanchi Sandan. Esses Katas seriam uma forma de se introduzir as crianças ao Karate e, uma vez dominados, fariam delas praticantes de nível intermediário. Itosu, contudo, acreditava que havia uma grande diferença nos níveis de dificuldade apresentados pelos três Naihanchi e pelos demais Katas, criados por Matsumura e por Sakukawa, sendo assim, como forma de ensino intermediário, ele particionou os dois Katas Kusanku (criados por Sakukawa) em cinco Katas menores, os quais batizou de Pinan, a dizer: Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan e Pinan Godan.
Há uma grande discussão histórica sobre o papel de Itosu em relação ao Karatê em geral e ao estilo Shorin-ryu em particular.
Quanto ao estilo Shorin-ryu, a discussão parece mais simples. Embora pareça um contra-senso, visto que o Shorin-ryu é um estilo de uma arte marcial (o Karatê), ao que parece, sempre houve a consciência de que aquela arte havia sido trazida da China e que advinha do Kung Fu dos monges Shaolin, sendo assim, é muito provável que o Estilo praticado por Itosu já fosse chamado de Shorin-ryu mesmo em tempos anteriores a esse Mestre (como também se pode supor através da leitura de "Os Dez Preceitos do Karatê"). De qualquer forma, como sempre ocorre com fatos históricos embasados na História Oral (uma vez que a escrita era muito pouco disseminada em Ryukyu), há discordâncias sobre esse tema e, embora alguns debatam sobre se Matsumura ou Itosu seria o fundador do Estilo, o único consenso que existe é que Chibana foi seu primeiro Grão-Mestre.

Choshin Chibana (1885 - 1969)
Ao contrário de Matsumura, que teve grande dificuldade para encontrar um discípulo à altura de suas técnicas, Itosu encontrou discípulos de qualidade em grande abundância, talvez por ter se empenhado na disseminação do Karate por Okinawa através de sua implantação no ensino público regular. Seja como for, ao menos cinco de seus discípulos merecem alguma nota de importância: Anbun Tokuda (1886 - 1945), Shugoro Nakazato (1921 - 2008), Yuchoku Higa (1910 - 1994), Gishin Funakoshi (1868 - 1957) e Choshin Chibana
Com a morte de Itosu, seus discípulos se desentenderam acerca da sucessão do Mestre, mas coube a Chibana ocupar o título de Grão-Mestre do estilo. Muitos vêem neste ato a criação do Shorin-ryu, enquanto outros apenas vêem a consolidação de sua existência já então muito antiga. Seja como for, Tokuda e Motobu mantiveram-se fiéis ao estilo que aprenderam com seu Mestre e, embora não aceitassem plenamente a autoridade de Chibana, não ousaram criar dissidências. Funakoshi, contudo, tentou fazer o que seu Mestre não havia logrado: levar o Karate para o Japão.
Para levar o Karate ao arquipélago principal, Funakoshi dedicou-se a alterá-lo a fim de contornar a intolerância japonesa para com os costumes e idéias de origem chinesa. Assim, alterou nomes (traduzindo todas as palavras chinesas para o japonês; diz-se, inclusive, que o próprio nome Karate seria uma niponização de Tang Te, usado até então, sendo que o som das duas expressões é muito semelhante e Funakoshi teria passado a escrever Karate também a fim de nipozar a arte marcial) e algumas bases, de modo a criar diferenças sutis, mas suficientes para tornar a arte marcial palatável aos japonses. Fundou então um dojo, ao qual deu (ou, segundo outra versão da história, seus alunos deram) o nome de Shotokan, literalmente, "Escola do Shoto", sendo que Shoto (Vento nos Pinheiros) era seu apelido. Até mesmo o uniforme de treino do Karate foi niponizado, uma vez que o primeiro Karate-Gi utilizado por Funakoshi era, na verdade, um Judo-Gi, ou seja, um kimono de Judo.


Yoshihide Shinzato
Nasceu em 15/março/1927 em Okinawa, Japão; foi discípulo do Mestre Ambun Tokuda e com a morte deste durante a 2ª Guerra Mundial, tornou-se aluno do Mestre Choshin Chibana e depois do falecimento deste, continuou treinando com o Mestre Miyahira. Treinou Kobu-Do com o Mestre Shikan Akamine, Masahiro Nakamoto e Katsuyoshi Kanei, recebendo a categoria de Hanshi pelo Mestre Katsuyoshi Kanei em novembro de 1993; ainda treinou Judô com o Prof. Itokazu durante o colegial. Treinou ainda no Brasil, Goju-Ryu Karatê-Do com o Mestre Shikan Akamine.
Imigrou para o Brasil em 15 de janeiro de 1954 e ministrou aulas de Karatê-Do em sua casa, para jovens da colônia japonesa.
Em 25 de janeiro de 1954 fez demonstração de Karatê-Do no Parque Ibirapuera, juntamente com os grupos de folclore de Okinawa e com seu irmão Yuzo, em comemoração aos 400 anos de aniversário da cidade de São Paulo. Em 03 de junho de 1962, fundou a Academia Santista de Karatê-Do na Rua Brás Cubas em Santos-SP e em 1970 mudou o nome para Associação Okinawa Shorin-Ryu Karatê-Do do Brasil. Em 1976 criou a União Shorin-Ryu Karatê-Do do Brasil e em 1992 fundou a International Union Shorin-Ryu Karatê-Do Federation.
Seu método de aula baseia-se na filosofia do Budô, desenvolvimento esportivo e do convívio social, tendo como objetivo, criar um homem útil tanto à Sociedade como para a família.
Faleceu em torno das 19:00 horas do dia 13 de janeiro de 2008 na Cidade de Santos, Estado de São Paulo, Brasil, deixando mais de 200 academias filiadas no Brasil e Exterior.